Guarda de Filhos e Convivência: Entenda os Tipos de Guarda e a Melhor Alternativa para o Bem-Estar da Criança
- Davila Lima
- 28 de out. de 2024
- 5 min de leitura
Entenda seus Direitos e Como Funciona na Prática

A guarda de filhos é um dos temas mais delicados e complexos no direito de família. Definir como será exercida a guarda e o convívio dos filhos com os pais pode envolver diversas considerações, desde a rotina e a idade da criança até a estrutura familiar e o local de residência.
Neste artigo, vamos esclarecer os principais pontos sobre guarda compartilhada, guarda unilateral e o regime de convivência para que pais e mães compreendam melhor suas opções e direitos.
O Que é Guarda de Filhos?
No Brasil, a guarda de filhos está regulamentada no Código Civil e visa proteger o bem-estar das crianças após a separação ou divórcio dos pais. A guarda define quem será responsável pelos cuidados diários e a educação da criança, além de determinar como será o convívio com o pai ou mãe que não reside com ela. A principal preocupação do legislador é garantir que o desenvolvimento emocional, social e psicológico da criança não seja prejudicado pelo processo de separação.
Guarda Compartilhada: Uma Abordagem Colaborativa
A guarda compartilhada é o modelo mais incentivado pela legislação brasileira e, geralmente, o preferido por juízes e advogados. Ela permite que ambos os pais compartilhem as responsabilidades e decisões sobre a vida da criança, promovendo uma convivência equilibrada e a participação ativa de pai e mãe na criação.
Vantagens da Guarda Compartilhada:
Ambos os pais mantêm uma presença ativa na vida do filho, ajudando na sua educação e desenvolvimento emocional.
Diminui os riscos de alienação parental, pois reduz a possibilidade de um dos pais manipular a criança contra o outro.
Facilita o cumprimento dos deveres e das responsabilidades financeiras.
Como Funciona a Guarda Compartilhada na Prática? Na guarda compartilhada, a criança não precisa, necessariamente, dividir o tempo de forma igual entre as residências dos pais. O foco está na tomada conjunta de decisões e não na divisão física da criança. Ou seja, mesmo que a criança passe a maior parte do tempo com um dos pais, ambos têm o direito de participar das decisões sobre saúde, educação e outras questões importantes.
Dica Legal: A guarda compartilhada é possível mesmo que os pais não tenham um bom relacionamento. O mais importante é que eles tenham o comprometimento de agir no melhor interesse da criança.
Guarda Unilateral: Quando um dos Pais Assume a Responsabilidade
A guarda unilateral é atribuída a apenas um dos pais, geralmente quando o outro é considerado incapaz ou desinteressado em participar da criação. Esse modelo de guarda pode ser solicitado por um dos pais ou determinado pelo juiz, com base no que for melhor para a criança.
A guarda unilateral é concedida apenas em casos excepcionais,
Quando a Guarda Unilateral é Aplicável? A guarda unilateral é considerada uma opção quando:
Um dos pais está ausente ou não participa ativamente da vida do filho.
Existem antecedentes de violência, negligência ou abuso.
A convivência com um dos pais apresenta riscos à saúde física ou emocional da criança.
Direitos do Pai ou Mãe que Não Detém a Guarda
Mesmo que um dos pais tenha a guarda unilateral, o outro ainda possui o direito de convivência com a criança. O responsável pela guarda também tem a obrigação de informar o outro genitor sobre qualquer decisão relevante na vida da criança, como mudanças de escola, tratamentos médicos, entre outros.
A guarda unilateral é considerada uma exceção no direito brasileiro. O Código Civil e a jurisprudência atual priorizam a guarda compartilhada como regra, mesmo que os pais não tenham um bom relacionamento. O objetivo é assegurar que a criança tenha contato e convivência com ambos os pais, mantendo o envolvimento de ambos em decisões importantes sobre a sua vida.
A guarda unilateral é aplicada somente quando se verifica que um dos genitores não tem condições de exercer suas responsabilidades parentais de forma adequada. Isso pode ocorrer, por exemplo, em casos de negligência, abandono, violência familiar, uso de substâncias prejudiciais ou outras situações que comprometam o bem-estar da criança. Quando a guarda unilateral é concedida, o pai ou mãe que não detém a guarda mantém o direito à convivência, salvo se houver riscos comprovados à saúde física ou emocional da criança.
Regime de Convivência: Estruturando o Tempo de Qualidade
O regime de convivência define como será o contato entre a criança e o genitor que não detém a guarda, seja ela compartilhada ou unilateral, ou ainda quando não reside com a criança. Esse regime é ajustado às necessidades da criança e às possibilidades dos pais, podendo incluir fins de semana alternados, férias escolares, feriados, aniversários e datas comemorativas.
Como Estabelecer um Regime de Convivência Positivo? O ideal é que o regime de convivência seja acordado entre os pais de forma amigável, considerando a rotina e o bem-estar da criança. Em casos onde não há acordo, o juiz pode determinar um regime baseado na proximidade dos pais, disponibilidade de tempo e outros fatores práticos.
Tipos de Convivência Mais Comuns:
Finais de Semana Alternados: A criança passa um fim de semana com cada genitor, com horários pré-determinados.
Convivência Durante a Semana: Permite ao pai ou mãe que não detém a guarda passar um ou dois dias da semana com a criança.
Divisão de Férias e Feriados: Garante que ambos os pais participem de momentos especiais.
A convivência não precisa seguir um modelo padrão, podendo ser acordado os dias e horários entre os pais da criança. Aos pais ou mãe que residem em locais distantes da criança, poderá ser assegurado o contato diário com a criança por meio de ligações e um maior período de convivência nas férias escolares.
Principais Dúvidas sobre Guarda e Convivência
Posso perder a guarda do meu filho se não pagar a pensão alimentícia? A falta de pagamento de pensão não é motivo para perda da guarda. No entanto, a dívida pode acarretar outras penalidades, como a inscrição no cadastro de inadimplentes e, em casos extremos, a prisão civil.
Qual a idade mínima para que uma criança possa opinar sobre a guarda? A partir dos 12 anos, a criança pode ser ouvida em juízo, e sua opinião é levada em consideração, embora a decisão final seja sempre do juiz, visando o melhor interesse do menor.
O que é alienação parental? Alienação parental é quando um dos genitores manipula a criança contra o outro, criando uma relação de rejeição. Esse comportamento é considerado prejudicial e pode ser motivo para revisão da guarda.
Como faço para pedir a guarda compartilhada? Para pedir a guarda compartilhada, você pode entrar com uma petição no processo de divórcio ou de regulamentação de guarda. É aconselhável buscar orientação jurídica especializada para garantir que o pedido seja bem fundamentado.
Conclusão
A decisão sobre a guarda e convivência é, sem dúvida, uma das mais importantes para o bem-estar emocional das crianças. Tanto a guarda compartilhada quanto a unilateral têm o objetivo de garantir um ambiente saudável e seguro, onde o menor possa crescer com o apoio e o cuidado de ambos os pais.
Lembre-se: O diálogo e o respeito entre os pais são os principais ingredientes para um regime de guarda e convivência que atenda aos interesses da criança.
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