Contratos Eletrônicos e Assinatura Digital: O que são e qual sua validade no Brasil?
- Davila Lima
- 23 de mar.
- 3 min de leitura
Com a digitalização das relações pessoais e comerciais, os contratos eletrônicos tornaram-se uma solução prática, segura e com validade jurídica reconhecida no Brasil. Ainda assim, muitas pessoas têm dúvidas sobre o que são, como funcionam e, principalmente, se assinar um documento digital é realmente confiável.
Neste artigo, explicamos de forma clara e objetiva tudo o que você precisa saber sobre contratos eletrônicos e assinaturas digitais, com base na legislação brasileira atual.

O que é um contrato eletrônico?
Um contrato eletrônico é aquele celebrado por meios digitais — como e-mail, aplicativos, sites ou plataformas de assinatura online. Ele segue os mesmos princípios de um contrato tradicional: partes identificadas, consentimento mútuo, objeto lícito e forma permitida em lei.
Ou seja: um contrato não precisa ser em papel para ser válido. Se feito por meios digitais e com segurança adequada, ele tem a mesma eficácia jurídica.
Assinatura eletrônica x Assinatura digital: qual a diferença?
Embora os termos sejam parecidos, há uma diferença importante:
• Assinatura eletrônica: qualquer forma de concordar com um documento de maneira digital. Pode ser clicar em “Aceito”, digitar seu nome, assinar com o dedo em uma tela, usar biometria, enviar um código por SMS, entre outros.
• Assinatura digital: é um tipo específico de assinatura eletrônica, feita com um certificado digital ICP-Brasil (como e-CPF ou e-CNPJ). Utiliza criptografia e oferece maior segurança e validade legal.
Resumindo: toda assinatura digital é eletrônica, mas nem toda assinatura eletrônica é digital. A digital tem mais força probatória e presunção de autenticidade.
Contrato eletrônico tem validade jurídica?
Sim. No Brasil, contratos eletrônicos e assinaturas digitais são reconhecidos por diversas normas legais. As principais são:
• MP 2.200-2/2001: instituiu a Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira (ICP-Brasil) e reconhece a validade de assinaturas digitais com certificado.
• Lei 14.063/2020: regulamenta o uso de assinaturas eletrônicas em interações com o governo, classificando-as em três níveis: simples, avançada e qualificada.
• Marco Civil da Internet (Lei 12.965/2014): reforça a validade de registros digitais e comunicações online.
• LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados): garante a segurança no tratamento de dados pessoais em transações eletrônicas.
Essas normas asseguram que um documento assinado eletronicamente pode ser tão válido quanto um assinado em papel — desde que se possa comprovar quem assinou e o conteúdo do documento.
Exemplos de uso no dia a dia
A assinatura eletrônica já é comum em diversas situações:
• Contratos de prestação de serviços
• Contratos de aluguel
• Acordos entre empresas (B2B)
• Abertura de contas bancárias
• Autorizações escolares ou médicas
• Termos de aceite em plataformas digitais
• Documentos assinados por brasileiros no exterior
Plataformas como Clicksign, DocuSign, Zapsign, Adobe Sign ou o próprio portal gov.br permitem assinar documentos com validade legal, muitas vezes sem a necessidade de certificado digital.
Quais os cuidados ao assinar documentos online?
Apesar da segurança jurídica, é essencial adotar boas práticas:
• Verifique a identidade das partes envolvidas
• Leia o documento completo antes de assinar
• Utilize plataformas confiáveis e seguras
• Proteja seu certificado digital, se estiver usando assinatura digital
• Armazene o contrato assinado e seus comprovantes (como logs de assinatura)
Esses cuidados ajudam a evitar fraudes e garantem que o contrato seja juridicamente seguro.
Conclusão
Os contratos eletrônicos e as assinaturas digitais representam uma evolução natural no mundo jurídico e empresarial. Com respaldo legal, praticidade e segurança, são ideais para quem busca agilidade sem abrir mão da validade jurídica — inclusive para brasileiros no exterior que precisam formalizar documentos à distância.
Sempre que houver dúvidas quanto à validade de um contrato ou ao melhor tipo de assinatura a ser utilizado, aconselhe-se com um advogado. A orientação jurídica adequada pode prevenir litígios e dar mais segurança à sua negociação.
Comments